Sofá verde

Maní
4 min readNov 23, 2022

--

subi o elevador sentindo minhas coxas esquentando

olhei pro lado e ela estava com aquele sorrisinho

de quem conhece a noite

sorri e dei um passo prensando ela contra a parede,

ela riu de um jeito que quase ouvi sua voz

por pouco não ouvi o jeito ácido como ela me provocaria se não estivéssemos no elevador

nesse movimento de colar na parede o cheiro tomou conta

senti minha boca umedecer

ela, encostada na parede me olhava sorrindo de um jeito divertido

saíam faíscas de seus olhos castanhos

a camisa preta com 4 botões abertos

aquele cheiro amadeirado estava me fazendo sentir a urgência que elevadores são incapazes de entender

os olhos estavam brilhantes e divertidos

quando ria pra mim o movimento dos cachinhos pretos saltando ao redor do rosto

o piercig na sobrancelha brilhando pra enfatizar os olhos escuros que caminhavam junto dos meus movimentos, ávidos

um jeito de olhar de quem queria algo.

as portas abriram e tivemos que virar pra frente rápido

uma pessoa que não olhei nos olhos disse que ia descer

as portas fecharam e subimos mais

uma viagem de elevador nunca durou tanto

finalmente descemos no andar 24

entramos na casa e estava vazia

constatação que deixou meu coração disparado

ela me olhou e tirou o relógio ao mesmo tempo que erguendo os braços tatuados dando ênfase ao movimento rápido

tirei o coturno e deixei ao lado da porta, joguei a bolsa na mesa, liguei o abajur de luz amarela e me sentei no sofá já com o isqueiro aceso, traguei meu beck sem tirar os olhos dela

Nina se aproximou de mim e ajoelhou em frente as minhas pernas entreabertas

ela chegou com o rosto próximo a minha mão, pedindo para fumar de um jeito silencioso íntimo, observei os traços de seu rosto e as pintas perto dos olhos

coloquei o cigarro nos lábios dela, que o segurou

passei a mão pelo rosto dela, pelos cachos curtos e escuros

desci as mãos até a nuca e segurei o cabelo puxando de leve

ela riu, apagou o beck e me beijou.

estávamos no sofá

sentei no colo de Nina apressando ela contra o encosto do sofá

o beijo daquela mulher é aceso

se alastra e fez derreter partes em mim que escorreram.

peguei ela pelo pescoço e vi seus olhos faiscaram

o beijo me fazia queimar por dentro

prensei Nina contra o sofá verde e tirei sua roupa rápido, a camisa preta de sempre, ajudou.

ela usava um shorts curto de tactel esportivo e como sua marca registrada, não usava calcinha

minhas mãos passaram pelas coxas grossas dela

apertei a mulher contra mim segurando em seus quadris largos

apertava carne das ancas dela como se quisesse atravessá-la

Nina gemeu abafado enquanto pressionei meu joelho por entre as coxas dela

senti minha pele umedecer

as cortinas estavam abertas e a janela também

um abajur atrás da cabeça de Nina iluminava a cena na medida certa

nós duas deitadas sobre o sofá de veludo verde

eu ajoelhada entre as coxas dela, segurei seu pescoço e passei os dedos de leve nos lábios dela

estavam encharcados de um jeito que já conhecia

continuei com meus dedos de leve pela buceta dela que pingava ao mesmo tempo que o gemido aumentou nos lábios de Nina, ela arranhou minhas coxas

me deu um choque com os olhos escuros cerrados, rebolou empurrando o quadril tentando alcançar mais dos meus dedos molhados

eu sorri

— O que você quer?

Perguntei provocando

ela me olhou e não pensou por nenhuma segundo antes de dizer com uma voz rouca:

— Me come, por favor Dora.

Sorri satisfeita porque ela sabe que gosto quando ela fala meu nome desse jeito

me ajeitei ficando mais próxima a ela que continuava deitada apoiada sobre os cotovelos, me abaixei e beijei suas coxas sem deixar de olhá-la nos olhos

passei a mão pelos lábios de Nina e meti nela devagar pra assistir os olhos se revirando antes de fecharem, sem conseguir se manter abertos

sentia a buceta dela contraindo nos meus dedos, deixando derramar

fechei mais minha mão no pescoço dela

Nina abriu os olhos e me pediu com a voz rouca falhando

— Eu quero com mais força

O pedido se apossou de mim

enfiei outro dedo na buceta dela aumentei a intensidade ao mesmo tempo

a mulher derretendo sob meus dedos

enquanto eu beijava suas coxas e descia meus lábios

buscando encontrar os dela.

Naquela noite

o sofá verde foi palco pra que eu fodesse aquela mulher

palco pra quando ela gozou na minha boca

nos meus dedos,

ao mesmo tempo

me fazendo escorrer pelas coxas

fazendo o verde do sofá mudar.

nada que eu mesma tenha visto

porque Nina, deitada sob o veludo verde sorria de leve sob a luz amarela

de olhos fechados, uma das cenas que mais me derreteu por inteiro

ela tentou abrir os olhos:

— Meu rosto ta formigando de tão forte que eu gozei.

Nós duas rimos enquanto eu eu subia por entre as coxas dela para me deitar sobre seu peito

estava buscando o cheiro mais nina possível

fechei os olhos dizendo

— Deve ser o sofá

talvez fosse.

--

--

Maní

Escrevo para não morrer e acabo vivendo mais do que o planejado.